O maior túnel rodoviário do Brasil, com 5.555 metros de extensão, originalmente não estava planejado para ser uma estrutura única. Pedro França, diretor da CJC Engenharia, responsável pelos projetos de túneis da Nova Tamoios, explicou durante o Seminário de Túneis Rodoviários (STR2024) que a ideia inicial era construir dois túneis separados, de 3 km e 2 km cada, mas o difícil acesso entre eles e o impacto ambiental que causariam impossibilitaram o plano original. “Decidimos baixar o greide e unir os dois túneis em um só, eliminando os acessos intermediários e minimizando os danos ao meio ambiente”, relatou Pedro França, também diretor do CBT.
Outro grande desafio da obra foi a descoberta de uma rocha que se desintegra em contato com a água, algo raro e imprevisível. “Ao absorver água, essa rocha se expandia e se desintegrava em minutos – o que exigiu uma solução criativa e rápida da nossa parte”, afirmou.
O diretor também destacou a importância da rapidez na escavação de túneis, explicando que, quanto mais rápido o avanço, menor o risco de degradação do maciço.
Para França, o Seminário de Túneis Rodoviários (STR2024), realizado de 16 a 18 de outubro no Parque de Inovação Tecnológica de São José dos Campos (SP), foi uma oportunidade valiosa de compartilhar esses desafios e de ver de perto a integração entre construção e operação da rodovia. O encontro foi uma realização do Comitê Brasileiro de Túneis e Espaços Subterrâneos.
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