O engenheiro Werner Bilfinger foi o convidado do webinário do CBT realizado no dia 7 de maio.
O ex-presidente do CBT (2017/18) fez uma apresentação sobre uma obra emblemática na cidade do Rio de Janeiro: o Porto Maravilha. O tema do encontro foi “Recalques nas Obras do Porto Maravilha”, dia 7 de maio, com a mediação do secretário geral do CBT, Adriano Saldanha.
Segundo Bilfinger, esse foi um projeto de reurbanização e readaptação da zona portuária no Rio de Janeiro que abrangeu vários aspectos e contou com a construção de três túneis principais: da Via Binária, da Via Expressa e do Morro da Saúde.
O primeiro túnel concluído foi o do Morro da Saúde, que tem uma característica particular: ele é mais largo do que comprido. “A solução final é estrutural. Esse túnel é praticamente uma ponte que tem solo e rocha em cima, porque não considera o arqueamento do maciço rochoso”, conta Bilfinger. O engenheiro mostrou ainda a classificação geomecânica do túnel, os recalques que aconteceram durante a obra e como foi montada a estrutura.
O túnel da Via Binária foi inaugurado no aniversário de 450 anos da cidade e mede aproximadamente um quilômetro de comprimento. Ele foi construído com emboque em valas e tem o trecho central escavado principalmente em rochas pelo NATM – New Austrian Tunnelling Method.
Fazem parte da Via Expressa dois túneis paralelos, com o comprimento individual de 1,85 quilômetros e com escavação em solo e rocha. O palestrante contou que a seção em solo é típica, com arco invertido provisório, e deu as especificações da espessura do revestimento. “Para o visual ficar melhor e facilitar a limpeza, as paredes foram feitas em concreto moldado. Já a calota foi feita com concreto projetado”, explica.
O túnel foi escavado em rochas maciças variadas e tem 40 metros de profundidade abaixo do nível do mar. Em sua apresentação, Bilfinger também falou sobre a geologia dos túneis dessa Via. Além disso, comentou sobre a geometria dos túneis, porque os túneis da via Expressa passam por baixo da Via Binária.
Os recalques foram um dos principais desafios encontrados durante a obra. Segundo o engenheiro, todas as previsões apontavam para recalques reduzidos, mas os que foram encontrados eram bem elevados para um túnel em rocha. “Isso gerou trincas em edificações que tinham fundação direta”, conta.
Bilfinger explicou a que conclusões os engenheiros chegaram sobre o porquê dos recalques acontecerem, mostrando uma análise mais detalhada e ligando-os ao período de obras. Ao final da apresentação, o palestrante dedicou 20 minutos para tirar todas as dúvidas dos internautas.
Assista ao webinário:
Imagem: dolphinphoto/iStock.com