O convidado foi o engenheiro civil Alaor Coelho Jr., gerente de engenharia e desenvolvimento da empresa Incotep, associada ao CBT.
Como forma de se manter próximo à comunidade tuneleira, o Comitê Brasileiro de Túneis estreou, no dia 16 de abril, sua programação de webinários. O primeiro convidado foi o engenheiro civil Alaor Coelho Jr., gerente de engenharia e desenvolvimento da empresa Incotep, associada ao CBT. Alaor apresentou o tema “Aplicações do tirante autoinjetável em contenções e tratamentos de emboques de túneis” e respondeu às várias perguntas enviadas pelo chat durante a transmissão. O engenheiro Eloi Angelo Palma Filho, tesoureiro do CBT, mediou o encontro.
De forma descontraída e objetiva, o palestrante abordou as principais características do tirante autoinjetável desenvolvido pela Incotep. Apesar do uso desse material estar mais presente em obras civis, o tirante autoinjetável pode ser uma boa solução para os túneis.
Aplicação em obras de túneis
Na apresentação, o gerente da Incotep abordou as principais vantagens do tirante autoinjetável. Dentre elas, a economia de etapas de instalação e a exigência de um número menor de profissionais para concluir o processo.
Quando se trata de solos muito ruins, no entanto, o processo de instalação de um tirante convencional pode se tornar inviável por conta do risco de desmoronamento da parede do solo.
“Isso não acontece com o uso do tirante injetável”, explicou Alaor Coelho. “Este recurso tem a vantagem de oferecer maior rapidez na execução, uma vez que o processo de perfuração, instalação e injeção são concomitantes. Diferente do que acontece numa instalação convencional de tirante, em que é preciso fazer uma perfuração no solo com uma máquina específica, retirar a peça usada para o furo e, em seguida, instalar o tirante utilizando a mesma máquina. A etapa de instalação do tirante é concluída com a injeção de cimento”.
A aplicação do tirante autoinjetável no tratamento de emboques de túneis é especialmente interessante, de acordo com Eloi Angelo Palma Filho. “Muitas vezes o emboque acaba sendo a parte mais crítica da escavação”, diz. “Os emboques podem ter paredes bastante íngremes e altas. Se a instalação dos tirantes não for feita com a segurança adequada e, porventura, levar a algum acidente, as consequências podem ser graves”.
Outra vantagem do uso de tirantes autoinjetáveis é que sua instalação exige uma equipe menor em comparação à de tirantes convencionais. “Enquanto a instalação de um tirante convencional requer, às vezes, até sete profissionais, o tirante autoinjetável pode ser instalado por uma equipe composta por quatro ou cinco pessoas”, comentou o palestrante durante a apresentação.
Além de casos de obra e das características do material, Coelho apresentou, ainda, a fórmula desenvolvida para calcular a capacidade de carga de ancoragem dos tirantes autoinjetáveis. O método de cálculo foi proposto pelos engenheiros civis Ivan Joppert Jr., William Mallmann e Walter Iorio durante a 5ª edição do Seminário de Engenharia de Fundações Especiais e Geotecnia – SEFE5, em 2004.
A gravação do webinário pode ser acessada na íntegra pelo link: https://www.youtube.com/watch?v=MdUaj6-AKHI
Webinários do CBT
Fomentar discussões relevantes a respeito das obras subterrâneas e capacitar profissionais da comunidade tuneleira são alguns dos objetivos dos eventos promovidos pelo Comitê Brasileiro de Túneis.
Por isso, durante o período de distanciamento social imposto como medida de prevenção contra a Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, o CBT viu nos webinários um caminho eficiente para dar seguimento aos encontros. Para Eloi Palma, a alternativa tem sido satisfatória e deve ser incluída em projetos futuros.
“Os webinários unem agora o necessário ao agradável”, afirma o engenheiro. “Além de ser um meio alternativo de manter contato com a comunidade, os webinários são gravados e ficam à disposição do público para serem assistidos na íntegra. São conteúdos de qualidade que podem ser consultados a qualquer momento pelos canais do CBT”.
Imagem: anyaberkut/iStock.com.br