Hugo Rocha, geólogo do Metrô de São Paulo e ex-presidente do CBT (2011 – 2014), concedeu entrevista ao Mobilidade Estadão para falar sobre o papel fundamental dos estudos geológico-geotécnicos nos projetos de obras metroviárias na capital paulista.
Com décadas de atuação na área e participação em diversos projetos na cidade, Rocha destacou a importância do conhecimento detalhado do subsolo antes do início de qualquer escavação, especialmente quando se trata do uso de grandes tuneladoras, os chamados “tatuzões”.
A entrevista também abordou as descobertas feitas durante escavações em São Paulo ao longo das últimas décadas. Entre elas, formações geológicas com mais de 500 milhões de anos, troncos fósseis sob a Estação da Luz e um antigo depósito de argila entre Santana e Tucuruvi, que sugere a existência de um deserto na região há cerca de 40 milhões de anos.
Segundo Rocha, esses dados não apenas orientam a escolha dos equipamentos, como também influenciam diretamente decisões técnicas, como a espessura do concreto a ser utilizado nas paredes dos poços e túneis.
“O subsolo dita o que é possível. Se for rocha, você precisa de explosivos ou ferramentas reforçadas. Se for solo mole, entra um outro tipo de equipamento. Sem conhecer isso, não há projeto que se sustente”, explicou.
O geólogo também diz que, embora existam solos mais desafiadores, nenhum é considerado proibitivo. A chave está em conhecê-los em profundidade para definir as melhores soluções de engenharia. “Se a geologia for conhecida, ela determina as possibilidades. Se for ignorada, ela impõe os resultados”, concluiu.
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